Manifesto da escritora Joanne Harris dirigido aos seus leitores, apresentado no Festival de Literatura de Manchester
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Prometo ser honesta, corajosa e verdadeira; mas, acima de tudo, fiel a mim mesmo – porque tentar sê-lo face a qualquer outra pessoa não é apenas impossível, mas sinal de um escritor cheio de medos.
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Prometo não me vender — nem mesmo que mo peçam.
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Poderás nem sempre gostar do que escrevo mas fica ciente que, nessa altura, foi o melhor que consegui fazer.
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Desafiar-te-ei e tirar-te-ei da tua zona de conforto, porque é assim que se aprende e cresce. Não posso prometer que te vás sempre sentir seguro ou à vontade – mas vamos ser inquietos juntos.
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Prometo seguir a minha história onde ela me levar, até mesmo ao mais escuro de lugares.
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Não limitarei a minha audiência apenas a um grupo ou uma demografia. As histórias são para todos, e todos são bem vindos.
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Incluirei pessoas de todos os tipos nas minhas histórias, porque as pessoas são infinitamente fascinante e diversas.
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Prometo que não vou hesitar tentar algo diferente e novo — mesmo que as coisas que tente não sejam sempre bem sucedidas.
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Nunca deixarei que alguém decida o que eu devo escrever, ou como — nem o mercado, os meus editores, o meu agente ou mesmo tu, o leitor. E, apesar de às vezes, tu me tentares dizer o contrário, também não acho que seja o que realmente queres.
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Prometo não ficar indiferente quando falar comigo — seja em meios de comunicação ou no mundo real. Mas lembre-se que também sou humano — e tenho dias em que estou estou impaciente, ou cansada, ou às vezes corro só contra o tempo.
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Prometo nunca esquecer o que devo aos meus leitores. Sem leitores, sou apenas palavras numa página. Juntos, criamos um diálogo.
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Mas no final, tem a opção de me seguir ou não. Abro-lhe a porta, convido-o a entrar. Mas nunca o culparei se decidir não atravessá-la.
Numa outra galáxia, ou melhor universo, procura-se que algo semelhante se passa por aqui!